quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Cultura - 3º bimestre 2014

Arjan Martins discute identidades e fronteiras em sua primeira individual no MAM

Em ‘Américas’, o artista plástico carioca investiga, em 30 pinturas e desenhos, os fluxos migratórios no período colonial

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O o artista plástico carioca Arjan Martins
Foto: Leo Martins / Agência O Globo
O o artista plástico carioca Arjan Martins - Leo Martins / Agência O Globo


RIO — Nascido Argentino Mauro Martins Manoel, o artista plástico carioca Arjan Martins, de 54 anos, desde o batismo lida de alguma forma com questões de identidade, nacionalidade, migração... Isso porque, além de ter o prenome em homenagem à avó materna, Argentina, aprendeu desde cedo que sua mãe, Liège, e as tias Antuérpia e Namur eram também nomes de cidades belgas. Anos mais tarde foi pai de Laura, 15, sua filha com uma italiana.
Pois em “Américas”, sua primeira individual no MAM, com abertura para convidados nesta quartaa-feira, às 19h, e nesta quinta para o público, Arjan investiga, em 30 pinturas e desenhos, os fluxos migratórios para as Américas no período colonial, sobretudo o do tráfico negreiro.
Nas telas “cartográficas”, há plantas de navios negreiros, senhoras negras com bacias na mão e caravelas trazendo sabe-se lá quantos africanos escravizados. Usou como base principal para seus estudos o livro-catálogo “Para nunca esquecer: Negras memórias/ memórias de negros”, organizado por Emanoel Araújo, diretor e fundador do Museu AfroBrasil, em São Paulo.
— Tudo isso ajuda a entender a ausência do lugar dos negros na nossa sociedade, uma pirâmide ainda irregular. É importante olhar para o passado para não se perder.
Ele é autor de dois murais que, nos últimos anos, viraram cartões-postais de Santa Teresa, onde mantém ateliê e mora há 20 anos. Ambos retratam três mulheres nuas em movimento e remetem às “Três Graças”, de Peter Paul Rubens, artista barroco do século XVII.
Arjan guarda como primeira lembrança artística a vez em que, aos 9, reproduziu um desenho infantil de Walt Disney:
— Mas congelei ali por falta de alguém que me incentivasse.
Tal “empurrão” veio apenas nos anos 1990, com os professores dos cursos que fez na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Antes disso, encarou britadeira, serviço militar, construção civil e trabalhos como office boy e barman.
— Vendi muito pão integral caseiro para pagar os cursos do Parque Lage.
SEM FIRULAS
Curador de “Américas”, Paulo Sérgio Duarte explica por que a obra de Arjan se diferencia:
— Alguns artistas, na tentativa de se apoiar no expressionismo, criam uma paródia e, consequentemente, até um pastiche do movimento. Já com ele não há firulas nem macetes.
Atualmente, ele produz de modo independente, sem ser representado por galerias. Diz que nunca se sentiu à vontade com as contrapartidas oferecidas por elas em troca da exclusividade.




Fonte : www.oglobo.com.br



                                       
                                           Comentário


        O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, recebe a exposição Arjan Martins-América, que vai estar de 3 de julho a 24 de agosto e a entrada custará R$ 14,00.
         A exposição conta com 30 obras do artista, que é carioca, esta vai ser a primeira exposição individual do artista no MAM Rio. vão ser apresentados 16 pinturas, produzidas entre 2010 e 2014, sete delas inéditas, estará exposto também, 14 desenhos produzidos em 2002, sendo 5 pertencentes à coleção Gilberto Chateaubriand e o restante do acervo do artista. Nas telas, há plantas de navios negreiros, senhoras negras com bacias na mão e caravelas trazendo africanos e escravizados.
          Achei muito interessante a exposição de Arjan, que mostra a história da raça negra, que é tão pouco divulgada pelos artistas,  



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